Série "Os Incríveis Poderes da Hiperautomação" | Post 5

No último post da série "Os incríveis poderes da hiperautomação" falamos sobre como funcionaria a hiperautomação dentro da nossa casa, tomando como exemplo uma atividade comum a todos nós: comprar e estocar mantimentos.
Mas a hiperautomação pode mudar não apenas a maneira que executamos atividades domésticas, mas como cuidamos da nossa saúde e da nossa doença. Ter uma atitude preventiva em relação a nossa saúde, acompanhando o nosso estado de saúde constantemente e agindo de forma rápida e assertiva no início da doença é uma realidade cada vez mais próxima com o uso da hiperautomação e tecnologias correlatas.
A hiperautomação pode mudar não apenas a maneira que executamos atividades domésticas, mas como cuidamos da nossa saúde e da nossa doença.
Para materializarmos o uso da hiperautomação no cuidado com a saúde dentro de casa, vamos projetar primeiro o seguinte cenário: o serviço de home care prestado por uma rede hospitalar a um idoso de 77 anos que se recupera de uma internação por covid-19 em unidade de terapia intensiva e que mora com a sua esposa, também idosa.
No primeiro cenário, imagine que o paciente em home care utiliza durante o dia e a noite sensores que monitoram o seu nível de saturação, batimento cardíaco e coletem uma pequena amostra de sangue duas vezes ao dia, realizando análises clínicas de indicadores específicos. Esses sensores se comunicam a cada minuto com IoTs alocados em cada ambiente que transita em sua casa, sala de estar, sala de jantar, quarto e banheiro. Os IoTs enviam os dados captados por wi-fi para um sistema na nuvem que possui algoritmos de inteligência artificial capazes de analisar os dados e indicar se algum dos dados monitorados foge a normalidade para o caso específico de um idoso de 77 anos com diabetes crônica que se recupera da covid-19.
Ao detectar que alguns indicadores fogem à normalidade, um alerta é enviado automaticamente para um dos centros de monitoramento e cuidado da rede hospitalar, informando o paciente, sua localização, a sua evolução clínica e qual indicador foge à normalidade e porque. Nesse mesmo momento, a enfermeira do centro que recebeu o alerta entra em contato com a casa do paciente através de uma plataforma de telesaúde. Conversa com o paciente pela tela de um computador que está ao lado da sua cama; faz uma triagem inicial já sabendo o histórico do paciente e acompanha na sua tela a evolução dos indicadores monitorados pelos sensores do paciente. Ela verifica que a sua saturação está piorando de forma significativa e imediatamente encaminha a chamada na plataforma de telesaúde para um médico à disposição de urgências.
O médico conversa com o paciente, analisa a evolução dos indicadores nas última horas e constata que será necessário o uso de oxigênio para melhorar a saturação, que já se encontra ao lado da cama do paciente. Ele orienta o paciente a usar o oxigênio, dosando-o, e já solicita para o mesmo dia no fim da tarde, duas sessões diárias de fisioterapia respiratória de 30 minutos.
No mesmo dia, no fim da tarde, o fisioterapeuta chega a casa do paciente. Ele chega com 15 minutos de atraso e o sensor que capta a presença do fisioterapeuta pelo seu crachá de identificação, envia a hora, minuto e segundo da sua chegada a um sistema especializado da rede hospitalar, que emite um alerta por SMS para um coordenador assistencial do centro de monitoramento informando o atraso.
O fisioterapeuta realiza uma sessão de apenas 18 minutos, pois está atrasado para atender outro paciente a alguns quilômetros dali. Quando sai da casa do paciente, o IoT envia a informação do check-out do fisioterapeuta por SMS para o gestor, indicando que a sessão teve duração de apenas 18 minutos. O coordenador assistencial liga para o fisioterapeuta e pergunta porque a sessão durou menos que o prescrito e qual o estado do paciente. Logo depois, acessa o paciente pela plataforma de telesaúde e pergunta como foi o atendimento.
O paciente, após a saída do fisioterapeuta, já havia dado uma nota baixa para o atendimento e explicado o motivo na própria plataforma de telesaúde da rede hospitalar; e o coordenador já sabia a nota e o motivo da insatisfação do paciente.
A possiblidade de captação de dados à distância, processamento de informações e tomada de decisão em tempo real, resultado da hiperautomação, mudará a realidade da atenção à saúde e permitirá que hospitais, por exemplo, atuem além das suas quatro paredes e acompanhem o paciente na saúde e na doença, ao longo de toda a sua jornada, dentro ou fora do hospital.
A possiblidade de captação de dados à distância, processamento de informações e tomada de decisão em tempo real, resultado da hiperautomação, mudará a realidade da atenção à saúde.
No próximo post vamos entender como a hiperautomação pode auxiliar no monitoramento de pessoal terceirizado dentro de uma planta industrial. Até lá!
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